sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nostalgia...

Livro de leitura da 2.ª classe.

Histórias do tempo em que os meninos não tinham computador...

O AMIGO

Sophia de Mello Breyner Andresen
A Noite de Natal 

Olhares, sentires... tristeza, alegria... hostilidade, amistosidade



...sentimentos revelados e/ou escondidos na comunicação digital, consoante o nosso desejo!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

INTERNET

A aprendizagem online usualmente associa-se a uma aprendizagem pela internet, oferecendo vantagens e desafios aos educadores, na mediada em que a internet tem o benefício de unir os utilizadores através da informação.
Heinich, Molenda, Russel e Smaldino (1996), sugerem que o poder da internet baseia-se na capacidade de prover uma evolução crescente de ligações que aumentarão experiências multissensoriais, enquanto se mantiverem adaptáveis às necessidades individuais.
A Net pode ser modificada pelos educadores de forma a adaptá-la às especificidades dos alunos, promovendo a colaboração e interacção entre os mesmos. A internet é atractiva para os alunos, proporcionando oportunidades únicas. O aluno é incentivado a participar mediante CMC em projectos de aprendizagem colaborativa.
Para além das vantagens, a internet (com a Web1.0) também tem os seus pontos fracos, que residem substancialmente no facto de alguns utilizadores se sentirem “’perdidos no ciberespaço”, devido a uma falha na estrutura da Web ou de fazerem uma utilização, que fica muito aquém das potencialidades dela, também a informação apresentada uniteralmente, é susceptível de diminuir a interactividade (Borland, 2007). A confiança e a segurança da informação na internet são passíveis de suspeita. A internet exige um mínimo de conhecimentos e destreza na utilização do computador e das ferramentas..
Com a Web 2.0 e a emergente Web 3.0, espera-se que se ultrapassem estes obstáculos. A Web 2.0, caracteriza-se fundamentalmente pelas redes sociais e pela gestão dos conteúdos pelos utilizadores, usando ferramentas como Wikis, blogs e podcats. A Web 2.0 é apelidada de Web escrita, porque permite aos utilizadores criar e disponibilizar os seus próprios conteúdos.
A Web 1.0 foi originalmente planeada para ser bilateral, mas o seu rápido crescimento no final dos anos 90, em que as ferramentas de edição ficaram aquém do que lhe era solicitado, para dar continuidade a um uso alargado dos browsers. Com a ascensão dos blogs e do Wikis, este problema foi corrigido.
A ascensão da Web 3.0, chamada de Web semântica, está prevista para três áreas do desenvolvimento: i) acesso à internet de um número elevado de utilizadores, via dispositivos móveis; ii) crescente interesse pela tecnologia social; iii) rotular a informação para que faça sentido aos utilizadores e às máquinas.
A Web semântica, integra a banda larga móvel para serviços Web completos, incluindo tecnologias que facilitam aos computadores, a organização e construção de conclusões a partir de dados online.
Na Web 3.0, os profissionais de software, poderão “vaguear pela net e encontrar o que procuram”, numa internet que se asemelhará a uma grande base de dados (Metz, 2007, p.76), na medida em que as máquinas estarão aptas a ler páginas Web tal como os humanos. Esta informação é controversa na medida em que entidades acreditam que não será viável com a internet existente actualmente, na medida em que se tornou altamente frágil.

NOVAS INTERNETS


Para colmatar fragilidades da internet actual, novas versões estão a ser desenvolvidas. Países, como o Canadá e os USA, estão a desenvolver projectos para a criação de uma nova internet de alta velocidade para auxiliar as comunidades de investigação científica e académicas, a nível mundial. É o caso da National Science Foundation (NSF) nos USA está a investigar a possibilidade de criação de arquitecturas  para a internet “clean-slate”  seguras e que adoptem novas tecnologias e que sejam de mais fácil utilização (falhas que caracterizam a actual internet).
Talbot (2005) alude que entre estas medidas, também se enquadram programas universitários como: PLANETLAB (Princeton), EMULAB (University of Utah), DETER (USC, Information Sciences Intitute) e WINLAB (Rutgers). E ainda duas iniciativas da National Science Foundation são o “Global Environment for Networking Innovations” (GENI) e “Future Internet Design” (FIND), em que GENI é um projecto de Desjgn da internet e FIN que é suposto gerar uma nova visão da futura internet (“Reiventing the Internet”, 2006).
Segundo Talbot (2006a) a “Shibboleth”, é um sistema de autenticação open-standard em pesquisa na Brown University, um elemento do projecto “Internet2”, esta possibilidade permite maior segurança.
As iniciativas atrás referidas estão desenvolvidas de acordo com preceitos sendo alguns aplicáveis à educação virtual e a distância:

i) Crescimento elevado e continuo da actual internet World-wide;

ii) Investigação da World-wide , quer académica, quer governamental através de uma cooperação colectiva e colaborativa de âmbito institucional;

iii) A internet comprovou ser uma ferramenta poderosa para a colaboração e comunicação produtiva;

iv) Os Governos têm um interesse específico em financiar e manter a rede (NGI, 2001);

v) Fácil utilização, potência/velocidade, custo e conteúdos acessíveis determinam o progresso da internet Wireless (Machone, 2001);

vi) Designers assegurarão que as novas internets, sejam menos falíveis (“failure-prone”), ao tornarem-se mais complexas, resultado da introdução de tecnologias de vanguarda (Talbot, 2005: “The Next Internet”, 2005).

Mi Computador Tiene Corazón

Sí, estoy a favor de la tecnología,
pues ella trae, en sí, mucha emoción,
no es solamente una máquina fría...
¡Mi computadora tiene corazón!!!
Ella me trae mensajes de alegría
que me dan, a mí, gran satisfacción,
termina la soledad y la nostalgia,
¡verdadero Don Juan, de seducción!
Muchas horas felices yo pasé,
en dulce navegar inmaterial
¡que trajo inspiración a estos mis versos!
Verdaderos amigos encontré,
en ese bonito amor, virtual - real,
¡que unió, entonces, nuestros universos!
Gislaine Canales

Tempos Modernos

Põe a senha. Faz login.
Deixa o Windows carregar.
Atualiza. Clica em "sim".
Finaliza o que travar.
Acha o atalho. Clica e espera.
Propaganda?! "Ignorar"!
"Ocupado". Cadê ela???
Abre o Orkut. Abre o email.
Mexe o mouse entre as janelas.
Olha o wink! A tela treme!
Fica online, sem receio,
Pra poder teclar com ela!
Paixão de MSN...

Ederson Peka

"Os Computadores e Eu"

No que me diz respeito não sei mexer num único desses símbolos do progresso, do aspirador ao apara-lápis, do micro-ondas ao blequendéquer, do vídeo ao saca--rolhas que levanta a pouco e pouco duas pérfidas asinhas de metal. Afasto-me dos telemóveis como da peste, faço largos círculos para não passar perto de uma calculadora de bolso. O isqueiro do esquentador assusta--me com as suas rápidas, instantâneas chamazinhas azuis, o trepidar da máquina de lavar loiça provoca-me suores de vítima, de lenço amarrado na cara, de pelotão de execução. E tenho conseguido somar anos, apesar dos aparelhos, graças a uma prudência maníaca e a uma cautela de cego, até que surgiram os computadores.
Julgo não ter medo da morte, não ter medo do dentista, não ter medo da lepra, não ter medo dos políticos, mas tenho medo dos computadores. Tenho medo da sua falsa inocência, da sua submissão aparente, da sua eficácia tenebrosa, do seu ódio silencioso e vesgo. Já me engoliram um romance inteiro, já me transformaram capítulos em poesia experimental, já retiraram ossos aos meus parágrafos, reduzindo-os a um puré de adjectivos. Por isso escrevo à mão. Escrevo à mão para que os erros sejam meus e as personagens iguais às da minha cabeça e não resultado da imaginação delirante e asséptica de uma disquete esquizofrénica, inventando situações desconfortáveis e aberrantes como as dos sonhos das gripes. E os computadores imagino-os rugindo numa jaula de circo, sonolentos e de unhas de fora, só possíveis de enfrentar de botas altas, alamares e chicote na mão, obedecendo a contragosto às ordens de quem se aproxima deles, tocando-lhes com um pau para os obrigar à complicada proeza de uma frase escorreita.

in "Os Computadores e Eu"
António Lobo Antunes, (1996), Crónicas, Círculo de Leitores.